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O gibi do Superman

Postado em quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Sempre gostei de ler e de escrever. Mais de escrever do que de ler. A leitura era para mim uma conversa que nem sempre eu entendia (ainda bem que hoje sou eu que escolho a dedo com quem conversar...). Uma vez fiquei duas horas com Monteiro Lobato e confesso não entender muita coisa do que ele falou.

Acontece que certo dia meu irmão chega com um gibi do Superman (Edição de colecionador) e naquela época, acredito que não só eu como muitos outros gostavam de super-heróis (bem, eu ainda gosto...). Em poucos dias ele terminou de ler e ofereceu a mim, para treinar minha leitura e saber mais sobre o desenho.

Quando abri o gibi, fiquei impressionado com tantas cores, tanta realidade, eu mal sabia se lia ou se observava as gravuras. Analisei como um historiador o gibi, depois o senti como um cego que vai apalpando parte por parte, folha por folha e o fitei por alguns segundos antes de me dirigir à mesa central para desenhar a meu modo as gravuras.

Sobre a mesa estava meu caderno de desenho, o gibi, lápis de cor e EU, impressionado, com toda a felicidade que o mundo depositou em mim. Meu irmão, certa hora, me observou e vendo que eu não estava lendo e nem desenhando um bonito desenho (puxa, juro que tentava dar o máximo de mim), exclamou que seria melhor eu ler do que desenhar. Estas palavras entraram em minha mente, mas não foi suficiente para me fazer parar de desenhar. Assim que acabei de desenhar, abri o gibi novamente em uma página qualquer e comecei a ler. Ainda me recordo desta frase que foi dita pelo Superman e a guardo até hoje: “-Ele, mesmo sem ter ossos duros e fortes como o aço e pele que nenhuma arma humana pode atravessar, foi defender o país. Será que se eu fosse normal eu iria?” A principio isto soou como uma covardia da parte dele, mas compreendo que seria arriscado demais ele se expor. O fato é que se depois que ele se mostrou como Superman para o povo americano, porque ainda continuaram com guerras??? (entre um país e outro).

A conclusão a que cheguei é que não importa o quanto você é diferente, ninguém nunca vai acreditar nem entender que você é capaz. Tanto é que depois inventaram a Liga da justiça que combateu uma guerra na Rússia e várias outras.

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