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Anotação sobre a vida adulta

Postado em terça-feira, 20 de setembro de 2016

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Quando alguém se torna uma figura pública com um potencial sócio-cultural alto, ele é requisitado para ser colunista em diversos meios de comunicação (sites, revistas, jornais ou programas de televisão). Aí vem a pior parte da carreira: quais meios de comunicação aceitar e de quais instituições aceitar sabendo que terá que criar conteúdo para cada uma delas (além de lidar com a cultura e fama de cada instituição que te oferece um espaço), além do que já fazes. A parte menos pior é que, se você tem um livro teórico (ou mesmo prático) sobre algo, podes usá-lo a seu favor extraindo parte do seu livro e/ou editando-o para se adequar ao contexto que quer e ainda o propagará para novos leitores.

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A antiga magrela de aparelho mudou

Postado em quinta-feira, 20 de agosto de 2015

O tempo novamente parece que passa rápido. Já mal lembro como estava minha vida desde o ultimo post, mas se não me engano, desde o ultimo relato da magrela de aparelho, as coisas mudaram muito. Hoje ela não usa mais aparelhos, demonstra ter um corpo mais voltado às mulheres da nossa TV brasileira e continua não tendo vergonha de vir conversar comigo. As vezes eu acho isso bom, outras nem tanto.



Outra hora me ocorreu dela vir falar comigo enquanto estávamos afastados dos outros, num desses típicos dias de intervalo de aula. Veio com uma conversinha estranha de que eu parecia um desses meninos da revista com capa rosa. CAPA ROSA? Estou fora! Não que eu seja contra as meninas com suas cores de patricinhas, mas é que rosa em uma revista onde só tem homem sem camisa e dicas para fofocar mais, comer menos e passar maquiagem me parecem tão diferente do que eu sou. Sou mais legal do que uma foto, ao menos eu me acho e não uso maquiagem pra tirar fotos, como é o caso das pessoas que ficam na capa dessas revistas e enfim, foi espontâneo dizer que eu não parecia com esses caras. Ela me deu um sorriso e um beijo no rosto e saiu de perto. Fiquei ali pensando se aquilo tinha algum significado maior até reencontrar uns amigos e voltar para a sala.

Na semana seguinte, ela (sim, a mesma pessoa que antes usava aparelho e etc) me aparece no intervalo da escola bem juntinha com um dos garotos do ultimo ano. Era sorrisos pra lá, entrelaço de braço e as vezes uma aglomeração de amigos e amigas para conversas e risos altos. Acabei de crer que eu definitivamente não entendo as mulheres. Ou será que eu não me entendo mesmo?

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E se as nuvens brincassem de te olhar, que forma você teria?

Postado em sábado, 28 de fevereiro de 2015

Não lembro a data. Dizem que os melhores momentos são aqueles que não planejamos, que ocorrem ao acaso. Não foi ontem nem hoje, mas foi um daqueles momentos que não queremos que morra, não queremos que o vento leve ou que a memória dê lugar a outra informação.

Imagem: Nuvem diz 'Aquele ali tem forma de um babaca' e a outra diz 'verdade'

Creio eu que era um daqueles dias de eventos regionais como encontro de carros antigos num final de semana ou ainda algum evento religioso. Havia sol, um céu azul ao fundo e nuvens e por sorte eu encontrei uma sombra que me permitia ter acesso visual a parte do céu, se bem que na cidade em que moro, a natureza ainda é algo simples de se ver em muitos bairros.

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Cavalo azul - A despedida

Postado em sábado, 13 de dezembro de 2014

Era quarta-feira a tarde, fazia sol e por debaixo das árvores do sítio eu observava um cavalo. Não era um cavalo da família este que me visitava, era um animal que de alguma forma vinha comer as poucas frutas do quintal, então naquele dia, o vi comendo bananas e abacate caído no chão. Foi quando iniciamos nossa amizade. Cada um em seu devido lugar, com seus pensamentos e consciência do quão perigoso poderia ser caso um de nós se aproximássemos.


O pé de abacate sempre forneceu uma sombra maravilhosa, se não fosse a ausência de um gramado para se deitar em suas raízes. Muitas das vezes que nos vimos, foi entre sombras fornecidas gentilmente pelas árvores com todo esplendor dos raios de sol ao fundo, fortalecendo a imagem que ainda tenho dos pelos escuros, entre a pelagem de um alazão fígado e o cavalo árabe do filme ‘O corcel negro’, entre os poucos sons que emitia enquanto me olhava ou mastigava uma fruta e entre minhas lições de casa e brincadeiras fora de casa.

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Quando a comemoração é para você

Postado em domingo, 10 de agosto de 2014

Imagem: Deus disse: Filho, vai lá e seja você!

Comemoramos datas como se estas comemorações fossem mudar o que já passou ou como se elas ajudassem ainda mais a pessoa ou a coisa comemorada a ser ainda melhor. A cidade em que moro (e acho que a maioria das cidades) comemoram aniversários municipais que para alguns representam aglomerações de munícipes (eu falando difícil...) com festa dançante para mostrar o quanto somos bobos. Isso não ajudará os colonizadores a serem melhores mas pelo contrário, fará com que as pessoas fiquem bêbados e vomitem na cidade que foi criada com certo apreso.

Notavelmente o ato de se comemorar não está ligado ao pensamento que mencionei de forma direta, comemorar tem bem mais significado pessoal do que mútuo.

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Sobre homens com broches no paletó

Postado em quarta-feira, 18 de junho de 2014

 Quando me falaram da existência do Rotary Club em minha cidade, eu fiquei com medo. Achei que era alguma coisa parecida com as que eu via nos filmes onde uma instituição que não conhecemos se junta ao governo ou chega a cidade sem mais nem menos e começa a colocar seus planos malignos em jogo. Depois do medo, veio aquela sensação pior ainda, que eu nem sei escrever, e foi quando eu vi uma foto no jornal regional de um senhor com muitos broches e símbolos perto da gravata do paletó azul marinho.

Comecei a lembrar que broches de aço, ferro ou qualquer coisa espetada em um terno ou paletó me lembrava filmes de guerras e honrarias nacionais como Rambo, Operação Valquíria, Ato de coragem entre tantos outros e o desfecho não era sempre muito bom.

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