As meninas do vôlei - Parte dois
Postado em quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014
Céus, acabo de mencionar ‘prisioneiro’ sem nem pensar no sentido literal da palavra, mas noto só agora que o título do tal filme se encaixa nesta minha vida simplista. Já me sinto como um prisioneiro dos passos da garota e a vejo como a mais bela pessoa que conheço. Mas prefiro manter a calma e não permitir que esse acaso me torture ainda mais.
O celular tocou as seis horas da manhã como normalmente ocorre. Era sexta-feira e aquele esforço para se concentrar nos estudos e em qual ‘bagunça’, os meus amigos seriam destaque no intervalo foi minha determinação nessas primeiras horas e parece que estava tudo indo muito bem. Houve as tradicionais brincadeiras entre o pessoal que conhecemos de outras salas também e com isso pessoas conhecidas passam a conversar com pessoas até então desconhecidas.
Resolvi conversar com o Wesley sobre essa tal menina do vôlei e como ele faz parte do time de futebol nas horas vagas, ele acreditava que já tinha visto ela antes no ginásio esportivo em que praticava aulas de futebol. Sem muitas palavras ele me deixou de lado e foi conversar com uma pessoa alta e magra que parecia ser dos últimos anos (colegial) e em menos de cinco minutos voltou meio sério dizendo: - Rafa, sei até o nome da pessoa e se a descrição for essa mesmo, ela (a garota do vôlei) pode ser irmã daquele grandão ali, meu xará.
Esse era o detalhe que me faltava para criar coragem e realmente conhecer a tal garota do vôlei. Arranquei algumas outras informações de conhecidos ainda na escola e agora estou aqui sentado em um banco perto da escola enquanto finjo que ainda estou estudando até mais tarde, apenas para ter o privilégio de vê-la.
Passou por mim, amigos e amigas e adultos também, sem entender muito bem o motivo pelo qual escrevo um pouco, paro e observo o movimento, os carros e os alunos indo para um novo ‘turno’ de aprendizado. Ninguém precisa entender muita coisa, mas precisamos ser felizes. Foi nesse pensamento de felicidade que de alguma forma quando eu ergui a cabeça novamente ela, a tal ‘pessoa do vôlei que me disse OI’ aparece do outro lado da rua com uma amiga e eu sei que tenho que fazer algo antes que ela desapareça na escola.
- Ei! É... menina do esporte (não me veio outra palavra à mente pois eu ainda tinha dúvida se ela fazia vôlei ou handboll ou qualquer outra coisa). Eu te achei muito legal e (essa seria a hora que eu tiraria algo da mochila e daria a ela como acontece nos filmes, mas eu não estava preparado e me odiei por isso) são raras as pessoas legais hoje em dia. E antes que eu pudesse pensar em mais alguma coisa para dizer ela aproveitou o ponto final de minha frase para me agradecer, sorrir e dizer que gosta de conversar.
Já em passos lentos em direção à escola, disse-me seu nome em um sorriso simples e despreocupado – ‘Me procure no Face. Mayara M’. Soltei um ‘OK’ de felicidade e de certeza que iria fazer isso assim que chegasse em casa. Soube ali mesmo que não era legal querer falar alguma coisa pois ela e sua amiga possivelmente já tinha planos maiores do que conversar com um desconhecido e me pus a voltar para casa.
É difícil explicar o motivo da demora aos pais, mas valeu cada segundo essa minha demora. Agora posso dizer que tenho um novo amigo no Facebook e essa sensação é a mais legal de todas.
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